20 fevereiro 2021

APOCALIPSE - PANDEMIA

Muitas vezes, desde criança, nunca acreditei que um dia o mundo pudesse acabar. Sempre Tive certeza que Deus não faria isso. O tempo foi passando e depois de muitos acontecimentos, guerras, atentados, desastres da natureza, concebi que o próprio homem, desafiando a natureza, pudesse fazer o mundo acabar, mesmo que Deus não deixasse. A ciência e a tecnologia aliadas a uma medicina super avançada, evoluíram muito através dos anos, tanto que hoje a expectativa de vida chega quase aos cem anos. Entretanto, quando o mundo ficou momentaneamente despreparado,  surgiu um tal de covid-19. Um ser microscópio, traiçoeiro e maligno, que ataca covardemente despercebido, e mata, pois os seres humanos foram pegos de surpresa e alguns até encararam esse vírus maldito como se fosse uma gripezinha que poderia ser combatida por um tal remédio de nome hidroxicloroquina. Pois bem, o vírus se propagou no mundo inteiro, fazendo com que os países adotassem quarentenas, lockdown, com toque de recolher. A economia parou. A recomendação foi para que todo mundo ficasse em casa e que não houvesse aglomerações. Se essas medidas fossem para um período suportado pelas populações,  tudo bem, mas acontece que, ficando em casa e com a economia sem girar, mais cedo ou mais tarde a população teria que arrumar alguma forma de sobrevivência, para não morrer de fome. Por outro lado, como os mais humildes poderiam evitar as aglomerações morando com várias pessoas em pequenas casas nas comunidades, pegando transportes coletivos super lotados, sem contar as festas clandestinas e praias lotadas? De certo que o auxílio do governo ajudou várias famílias, fez com que muitos, sem trabalho, não morressem de fome, mas por outro lado muitos comerciantes em geral tiveram que fechar seus estabelecimentos nessa verdadeira pandemia de calamidade pública. Depois de um ano, analisando tudo isso, perguntei a mim mesmo como Deus estaria vendo tudo isso. Muitos e muitos morreram no mundo inteiro, de todas as idades, de todas as classes sociais e por uma aberração da ciências todas as outras doenças foram extirpadas e todo mundo morreu de covid-19. Talvez Deus estivesse assistindo até que ponto pudesse ir a ganância dos chamados dirigentes políticos à frente de todas as medidas para salvar o mundo. Na guerra da vacina que ainda se trava, podemos constatar quão perversos são os homens que foram escolhidos para salvar o mundo - Deus deve estar se sentindo envergonhado com o que criou. Primeiro o homem subestimou o vírus, desafiando-o sem armas e comparando-o com uma gripezinha. Depois, ao invés de se reunirem em causa própria e justa, posaram-se diante do espelho da vaidade, enquanto o povo sofrido, vendia até a alma ao diabo (Deus me perdoe) para poder sobreviver. O discurso sempre foi diferente das atitudes dos políticos canalhas e perversos, que fecharam cidades e foram passear de mãos dadas com o Tio Sam, clamaram para que fossem evitadas aglomerações e foram assistir futebol no meio da multidão ou participaram de passeios e reuniões sem a proteção de máscaras... E o povo, assistiu e assiste  tudo isso sem armas para se defender, sem dinheiro para sobreviver, sem emprego... e agora enfrenta uma fila interminável no esquema "Benjamin Button" de vacinação, com "fura fila" e "doses de vento". Acredito que esse relato não seja um exagero e nas conversas que tenho com Deus peço que ELE intervenha logo e acabe com esse vírus dando um sopro que possa restabelecer os organismos debilitados das pessoas doentes ou que faça cair uma chuva fina, que não chegue a inundar o mundo, mas que decepe de uma vez esse vírus da face da terra, pois se depender do homem ganancioso e palanqueiro, aqui em baixo, o mundo vai acabar.

TRECHO DO LIVRO

Antonio Auggusto João

06 fevereiro 2021

 

Quando olhei meu telefone e tinha uma mensagem urgente da MARILYN MONROE DO 81, do bloco 1, fiquei um tanto quanto preocupado, pois se tratava da mulher mais bonita e mais gostosa que eu já tinha visto e lembrei-me de quando tomei uns tapas da Débora, pois disse o nome da Marilyn quando eu estava sonhando! - 234-56-78 Markito a seu dispor! Em que posso ser útil?

  - Markito, é a Marilyn!

   - Pois não Marylin, como posso te ajudar?

A Marylin me pediu para trocar a fechadura da porta do quarto dela. Disse que às vezes era obrigada a se trancar no quarto, pois o marido era muito violento e batia nela. O ZÉ PEQUENO, marido da Marylin era temido no bairro. Ele tinha uma empresa de fachada e dizem as mesmas más línguas de sempre que ele é agiota e aluga clandestinamente máquinas de vídeo pôquer. Ninguém se atrevia a mexer com ele, inclusive era acusado, sem provas, de ter mandado matar alguns que lhe devia dinheiro. A coisa que mais intrigava os vizinhos era como uma mulher tão bonita como a Marylin podia viver com aquele baixinho, marginal e covarde, que batia em mulher. Cheguei a conclusão de que a Marylin vivia em cárcere privado, no apartamento 81 do bloco 1 e tinha medo de se separar do Zé Pequeno, pois ele era um bandido marginal:

   - Marylin, vou até a casa de ferragens comprar uma fechadura nova e já volto!

Estava um calor infernal naquele dia e eu estava derretendo dentro daquele macacão que usava, com o emblema da minha empresa, para me identificar perante os clientes. Talvez também fosse devido ao forte calor que a Marylin estava com um micro shortinho, apertadinho e sem sutiã! Meu Deus! A Débora vai me matar! Voltei da loja de ferragens e percebi que alguém me seguia. Não dei importância, pois o que mais queria era voltar logo e terminar o serviço, antes que algum vizinho cagueta me visse e me entregasse para a Débora. Não sei se estava sentindo tanto calor por estar de macacão ou por estar pertinho daquela mulher que exalava o perfume da mais linda flor e que seus olhos hipnotizavam a ponto de eu dar uma martelada no meu dedo! Tirei o macacão e fiquei de bermuda e camiseta. Estava muito calor. Deixei o macacão e minha botina na sala, sobre uma cadeira e entrei no quarto para substituir a fechadura. A Marylin ficou deitada na cama com o bumbum pra cima. Eu não estava conseguindo me controlar com tanta exuberância em minha frente e distraído, dei mais uma martelada no dedo e repentinamente a porta se fechou com o vento, travando a fechadura pelo lado de fora e ficamos presos eu e a gostosona da Marilyn dentro do quarto! Marylin ficou deitada de bruços na cama! Olhei pela janela do oitavo andar e vi o Zé Pequeno correndo e logo atrás veio a filha da put* da Fofoqueira do 122. Na certa ela dedurou para o Zé Pequeno que eu estava na casa dele, sozinho com a Marylin. Tudo bem! Estava trabalhando! Mas como iria explicar para o Zé Pequeno porque meu macacão e minha botina estava na sala e eu trancado no quarto com a esposa dele? Fiquei desesperado: Como ia explicar para a Débora? O Zé Pequeno entrou no apartamento furioso, com uma arma na mão e gritando o nome da esposa e me xingando de filha da put#! Tive vontade de pular pela janela, mas lembrei que estava no oitavo andar, a trinta metros de altura do chão. A Marylin estava dormindo e o Zé Pequeno, armado, desesperado, tentando arrombar a porta a todo custo. Depois de destruir a porta, o "marido traído" entrou feito um louco pra dentro do quarto, e com os olhos esbugalhados e com a arma apontada para a minha cabeça disse:

   - Onde está a minha mulher seu filha da put$?

   - Ela não está aqui Seu Zé Pequeno! Abaixe essa arma pelo amor de Deus!

Expliquei para o Zé Pequeno e para a filha da put& da Fofoqueira do 122 que a mulher dele não estava em casa, estava sozinho, consertando a fechadura do quarto e devido ao calor tirei o macacão e fiquei de bermuda e o vento fechou a porta e fiquei preso, trancado dentro do quarto. O Zé Pequeno não ouviu nada do que falei e depois que conferiu todos os cômodos do apartamento, inclusive embaixo da cama, constatou que sua esposa não estava em casa, abaixou a arma e ficou mais calmo. Porém, levantou a arma novamente quando a filha da put@ da Fofoqueira do 122 pediu para ele conferir dentro do guarda roupa: - Não tem ninguém aqui! Vamos embora Fofoqueira do 122. E você aí, cusão, termina logo esse trampo! Respirei fundo, ainda sem entender como tinha me livrado daquela situação e só dei conta do que realmente tinha acontecido quando a Débora me deu um safanão e disse: - Acorda Markito! Acorda amor! Hoje é domingo! Vamos à missa! Acorda!

24 janeiro 2021

EPITÁFIO

Se eu puder nascer novamente, quero ser "eu de novo", ter o mesmo pai, a mesma mãe, os mesmos irmãos e a mesma família. Vou desejar amar a mesma mulher, a única, para ter os mesmos filhos, regar o mesmo jardim, escrever os mesmos livros, ter os mesmos poucos amigos e comer os meus doces prediletos! Tomara que ainda exista o doce metade leite, metade cocoteta de negacabelo de palhaço e nariz entupido. Vou dar um pouco mais de liberdade para meus filhos e se eles quiseram tomar o segundo sorvete ou comer o segundo hambúrguer, vou deixar, sem reclamar, pois vou querer viver o hoje, sem me preocupar com o amanhã. Quero passear nos mesmos parques, assistir aos mesmos filmes, colecionar os mesmos livros, ter os mesmos desejos, pois minha vida foi bela e divina até essa página desse livro e mesmo se o amor for embora novamente e se as rosas não tiverem mais o mesmo perfume, quando eu chegar ao céu "novamente" e a porta se abrir, vou contar a Deus dando-lhe um abraço sincero, que "as minhas vidas" valeram a pena e peço àqueles que um dia possa de alguma forma ter magoado que possam me perdoar, pois eu "só quis viver"! 

Antonio Auggusto João

12 janeiro 2021

O FAROL

É como se eu estivesse nas profundezas de um mar nunca antes navegável, em meio às turbulências dos maremotos e dos tsunamis... É assim que me sinto em meio a tantas mágoas, tantas indiferenças e traições. As águas barrentas perdem a cor do verde, talvez azul, as ondas se tornam pesadas e machucam com feridas as minhas costas largas, cravadas com punhais de Toledo, fincados, transpondo a minha alma e o meu coração. - Nade meu filho! A voz era da minha mãe e não parecia estar no meu subconsciente, parecia estar ali, sussurrando em meu ouvido... - Nade meu filho! Nade! Nade na direção do farol, siga a claridade da luz que você verá mesmo na imensidão e na escuridão das águas barrentas. O que minha mãe quis me dizer nesta oração foi para eu não desistir, seguir em frente sem olhar para trás, sem ter medo de nada, pois a luz do farol é o sinal do meu Deus do impossível, aquele que não me deixa desistir, aquele que seca minhas lágrimas, cura minhas feridas e me renova as forças!  - Nade meu filho! Nade! A luz do farol conduz cada braçada sua cada impulso seu neste mar imundo, mas que ao final do oceano, ou no infinito, você vai encontrar a paz. Se você sofrer, ora a Deus que a luz se fará dentro de ti. Amém

Antonio Auggusto João