O mundo pode parar de girar a
qualquer momento e o sol pode ir embora para outro lugar em meio tantas bombas,
guerras, tempestades, maremotos... Tamanha destruição. O que os olhos de uma
menina veem no meio da guerra jamais será apagado de sua memória. Ela perdeu o
pai, perdeu a mãe e o que restou foi uma boneca de pano faltando um pedaço, mas
com os olhos arregalados ao ver tanta destruição física e em seu coração que se
mistura ao coração da menina, como se fossem uma única criança, ofuscadas pela
poeira de um cenário destruidor e quase deserto. A menina (e a boneca) não podem
mais brincar, correr de um lado para outro, porque não existem mais jardins,
não existem canteiros nem pássaros para que possam contemplar a natureza, não
podem mais chorar porque a radiação dos bombardeios secaram suas lágrimas,
rasgaram suas roupas... Mas ainda existe uma esperança quando a menina ergue as
mãos ao alto e pede a ajuda de Deus: A menina quer "poupar" a boneca para que não veja seu sofrimento e de
todo o povo Sírio, cercado da ignorância de seus líderes, restando-lhes somente
a providência divina da ressurreição.
Antonio Auggusto João
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