TRECHO DO LIVRO
Antonio Auggusto João
ESCRITOR & POETA
TRECHO DO LIVRO
Antonio Auggusto João
Quando olhei meu telefone e tinha uma mensagem urgente da MARILYN MONROE DO 81, do bloco 1, fiquei um tanto quanto preocupado, pois se tratava da mulher mais bonita e mais gostosa que eu já tinha visto e lembrei-me de quando tomei uns tapas da Débora, pois disse o nome da Marilyn quando eu estava sonhando! - 234-56-78 Markito a seu dispor! Em que posso ser útil?
- Markito, é a Marilyn!
- Pois não Marylin, como posso te ajudar?
A Marylin me pediu para trocar a fechadura da porta do quarto dela. Disse que às vezes era obrigada a se trancar no quarto, pois o marido era muito violento e batia nela. O ZÉ PEQUENO, marido da Marylin era temido no bairro. Ele tinha uma empresa de fachada e dizem as mesmas más línguas de sempre que ele é agiota e aluga clandestinamente máquinas de vídeo pôquer. Ninguém se atrevia a mexer com ele, inclusive era acusado, sem provas, de ter mandado matar alguns que lhe devia dinheiro. A coisa que mais intrigava os vizinhos era como uma mulher tão bonita como a Marylin podia viver com aquele baixinho, marginal e covarde, que batia em mulher. Cheguei a conclusão de que a Marylin vivia em cárcere privado, no apartamento 81 do bloco 1 e tinha medo de se separar do Zé Pequeno, pois ele era um bandido marginal:
- Marylin, vou até a casa de ferragens comprar uma fechadura nova e já volto!
Estava um calor infernal naquele dia e eu estava derretendo dentro daquele macacão que usava, com o emblema da minha empresa, para me identificar perante os clientes. Talvez também fosse devido ao forte calor que a Marylin estava com um micro shortinho, apertadinho e sem sutiã! Meu Deus! A Débora vai me matar! Voltei da loja de ferragens e percebi que alguém me seguia. Não dei importância, pois o que mais queria era voltar logo e terminar o serviço, antes que algum vizinho cagueta me visse e me entregasse para a Débora. Não sei se estava sentindo tanto calor por estar de macacão ou por estar pertinho daquela mulher que exalava o perfume da mais linda flor e que seus olhos hipnotizavam a ponto de eu dar uma martelada no meu dedo! Tirei o macacão e fiquei de bermuda e camiseta. Estava muito calor. Deixei o macacão e minha botina na sala, sobre uma cadeira e entrei no quarto para substituir a fechadura. A Marylin ficou deitada na cama com o bumbum pra cima. Eu não estava conseguindo me controlar com tanta exuberância em minha frente e distraído, dei mais uma martelada no dedo e repentinamente a porta se fechou com o vento, travando a fechadura pelo lado de fora e ficamos presos eu e a gostosona da Marilyn dentro do quarto! Marylin ficou deitada de bruços na cama! Olhei pela janela do oitavo andar e vi o Zé Pequeno correndo e logo atrás veio a filha da put* da Fofoqueira do 122. Na certa ela dedurou para o Zé Pequeno que eu estava na casa dele, sozinho com a Marylin. Tudo bem! Estava trabalhando! Mas como iria explicar para o Zé Pequeno porque meu macacão e minha botina estava na sala e eu trancado no quarto com a esposa dele? Fiquei desesperado: Como ia explicar para a Débora? O Zé Pequeno entrou no apartamento furioso, com uma arma na mão e gritando o nome da esposa e me xingando de filha da put#! Tive vontade de pular pela janela, mas lembrei que estava no oitavo andar, a trinta metros de altura do chão. A Marylin estava dormindo e o Zé Pequeno, armado, desesperado, tentando arrombar a porta a todo custo. Depois de destruir a porta, o "marido traído" entrou feito um louco pra dentro do quarto, e com os olhos esbugalhados e com a arma apontada para a minha cabeça disse:
- Onde está a minha mulher seu filha da put$?
- Ela não está aqui Seu Zé Pequeno! Abaixe essa arma pelo amor de Deus!
Expliquei para o Zé Pequeno e para a filha da put& da Fofoqueira do 122 que a mulher dele não estava em casa, estava sozinho, consertando a fechadura do quarto e devido ao calor tirei o macacão e fiquei de bermuda e o vento fechou a porta e fiquei preso, trancado dentro do quarto. O Zé Pequeno não ouviu nada do que falei e depois que conferiu todos os cômodos do apartamento, inclusive embaixo da cama, constatou que sua esposa não estava em casa, abaixou a arma e ficou mais calmo. Porém, levantou a arma novamente quando a filha da put@ da Fofoqueira do 122 pediu para ele conferir dentro do guarda roupa: - Não tem ninguém aqui! Vamos embora Fofoqueira do 122. E você aí, cusão, termina logo esse trampo! Respirei fundo, ainda sem entender como tinha me livrado daquela situação e só dei conta do que realmente tinha acontecido quando a Débora me deu um safanão e disse: - Acorda Markito! Acorda amor! Hoje é domingo! Vamos à missa! Acorda!
Antonio Auggusto João
Antonio Auggusto João
"Uma planta para crescer bonita e saudável tem que ser cultivada, tem que tirar os matinhos, ela precisa da água, ela precisa do sol. E é mesmo assim com a gente - filhos amados de Deus - Nós precisamos da fonte da água da vida do Senhor Jesus. Deixe se tocar por ELE. Deixe que ELE toque em você"
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS!
O mundo pode parar de girar a
qualquer momento e o sol pode ir embora para outro lugar em meio tantas bombas,
guerras, tempestades, maremotos... Tamanha destruição. O que os olhos de uma
menina veem no meio da guerra jamais será apagado de sua memória. Ela perdeu o
pai, perdeu a mãe e o que restou foi uma boneca de pano faltando um pedaço, mas
com os olhos arregalados ao ver tanta destruição física e em seu coração que se
mistura ao coração da menina, como se fossem uma única criança, ofuscadas pela
poeira de um cenário destruidor e quase deserto. A menina (e a boneca) não podem
mais brincar, correr de um lado para outro, porque não existem mais jardins,
não existem canteiros nem pássaros para que possam contemplar a natureza, não
podem mais chorar porque a radiação dos bombardeios secaram suas lágrimas,
rasgaram suas roupas... Mas ainda existe uma esperança quando a menina ergue as
mãos ao alto e pede a ajuda de Deus: A menina quer "poupar" a boneca para que não veja seu sofrimento e de
todo o povo Sírio, cercado da ignorância de seus líderes, restando-lhes somente
a providência divina da ressurreição.
Antonio Auggusto João
Antonio
Auggusto João
- Ainda que eu ande pelo vale da sombra da
morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado
me consolam.
Então Rafael abraçou e beijou seu pai. Ouviu dele várias vezes a palavra perdão expressada na forma de beijos e abraços, de amor. Imediatamente uma luz se acendeu em meio à escuridão. O pai de Rafael se levantou, e abraçados saíram daquele lugar tenebroso. A porta automaticamente se abriu e se acharam na grande escada. A mesma voz autorizou-os a subir, dizendo que a porta se abria no instante em que o amor se manifestasse naquele lugar de terror. E ao chegarem lá em cima, bem lá em cima, a porta já estava aberta. Os meninos e meninas de cabelos de algodão receberam Rafael e seu pai e ambos entraram na festa onde os pais e filhos se adoravam e se amavam, se divertiam na festa comandada por um Senhor de barbas brancas emocionado, com lágrimas nos olhos e abraçado com Rafael e seu pai. Em meio a emoções, o velho Senhor de barbas brancas disse a Rafael que tudo estava resolvido, a festa iria acabar, mas existiria tempo para outras tantas festas e que naquele momento ele teria que retornar à sua casa, aos seus estudos, e num futuro, depois de passar por alegrias e tristezas, retornaria aquele lugar e ficaria junto ao seu pai e a tantas pessoas que ama e ainda amará, de quem conhece e ainda irá conhecer, para que as festas sejam ainda mais animadas e o sentimento de amor seja eterno: - Acorda Rafael! Não vá perder a hora de ir para a escola. - Já vou vó! Já vou.
Antonio Auggusto João
Os preparativos para a festa de formatura estavam avançados
e os alunos ansiosos, sentimentais nas conversas e nas reuniões de
despedida. Muitos mudariam de cidade em busca de uma colocação
profissional e outros, como Jonathan, atravessaria o oceano para estudar, se
aperfeiçoar num intercâmbio graças à bolsa de estudos que ganhou classificado
como um dos melhores alunos da universidade federal. Jonathan estava muito
feliz pela oportunidade de estudar, ainda mais sabendo que depois de dois anos
voltaria com a garantia de um excelente emprego numa empresa multinacional.
Entretanto, não escondia sua preocupação com Audrey, que prometeu esperá-lo
para se casarem. Audrey estava em tratamento de uma doença rara, que
prejudicava sua coordenação motora, cujos médicos ainda não tinham um
diagnóstico preciso. Assim sendo, preferiu adiar seu intercâmbio e
Jonathan iria sozinho. Mas, o mais importante naquele momento foi o baile de
formatura, comandado pela orquestra municipal, alunos formandos e seus
familiares estavam felizes e se confraternizando pelo diploma e pelo objetivo
conquistado. Um a um, os casais de alunos eram anunciados pelo mestre de
cerimônias e sob palmas e vivas passavam por um corredor para receber os
comprimentos em meio aos flashes que registravam todos os momentos da festa,
para ficarem guardados para sempre. Quando Jonathan segurou na mão de
Audrey ao serem anunciados, sentiu a emoção da despedida. - Atenção
formandos para a hora da valsa! O mestre de cerimônias anunciava o
momento da valsa. A primeira seria com o pai ou mãe, depois padrinhos e a
terceira seria para os casais enamorados. A hora da despedida estava chegando e
todos estavam emocionados e talvez tenha sido por isso que Jonathan não tinha
dado importância ao fato de que Audrey estava tremendo, quando segurou em sua
mão para dançarem. Durante a valsa os olhos de Jonathan e Audrey ficaram
perdidos, filmando todos os detalhes que fariam parte de uma saudade breve e
ansiedade pelo regresso que um dia iria chegar. Os olhos de Audrey se fixaram nos olhos de Jonathan, que se
preocupou quando sentiu todo peso de Audrey em seus braços. A música
entoava uma harmonia agradável e romântica que os olhos de Audrey abriam e
fechavam, contemplando um largo sorriso adocicado em seus lábios de
mel. - Você está se sentindo bem? Bastou Jonathan questionar Audrey que ela caiu,
literalmente, em seus braços. Parecia desmaiada. A música parou e todos se
assustaram com a cena. Audrey ficou sem movimentos e desacordada. Logo a
levaram para longe dali e a orquestra voltou a tocar para que não deixasse um
ar de preocupação ainda maior entre as pessoas. Uma ambulância logo chegou
e levou Audrey para um hospital. Chegando, foi removida imediatamente
para uma UTI, tendo Jonathan sempre ao seu lado. Das crises, aquela havia sido
a mais preocupante, a que deixou os pais de Audrey e Jonathan mais preocupados.
Quatro dias se passaram e Audrey não demonstrava nenhuma reação. Enquanto
aquilo acontecia, os médicos repetiam as baterias de exames, mas sem chegarem a
um diagnóstico preciso e concreto. Todos ficaram preocupados e Jonathan
posicionou a todos que adiaria a viagem. Não teria condições psicológicas para
viajar para o outro lado do mundo e deixar Audrey naquele estado. Depois de
quinze dias Audrey acordou. Ficou consciente, reconheceu a todos e ficou
preocupada por não ter visto Jonathan ao seu lado. Jonathan ficou muito
cansado, passou dias e noites no hospital ao lado da mulher amada e tinha ido
para casa, tomar banho, trocar de roupa para voltar novamente ao hospital e
ficar ao lado de Audrey. Ao vê-la consciente novamente, disse a ela que nada
era mais importante que sua saúde e que havia tomado uma importante
decisão: - Audrey, não vou mais viajar. Não posso ficar longe de
você e não vou me dar bem do outro lado do mundo sabendo que você não está bem
aqui. Por mais que Jonathan tenha relutado em ficar, foi convencido
pelos familiares e pela própria Audrey a ir embora em busca do seu sonho de
realização profissional: - Ficarei bem meu amor. Ficarei te esperando
até sua volta. Vá e realize seu sonho. Disse Audrey na despedida. Jonathan
partiu preocupado e com lágrimas nos olhos. Audrey teve uma razoável
melhora, mas sua doença ainda era um mistério para os médicos. Algum tempo
se passou e Audrey começou a lecionar numa escola particular de línguas.
Conversava com Jonathan no máximo duas vezes por semana. Jonathan por sua vez,
tinha uma vida atribulada de estudos e estágios e pouco tempo de lazer. Quando
sobrava algum tempo tinha que descansar para poder enfrentar a maratona pesada
de trabalhos e estudos, mas estava satisfeito, porém com muita saudade da
família e principalmente de Audrey. Quando existe a saudade no coração, o
tempo é cruel e custa a passar. Nos momentos em que ficava só e isolado,
Jonathan recordava com amor dos momentos felizes que passava com Audrey, mas
ficou mais despreocupado, pois houve uma boa melhora na saúde da mulher que
tanto amava. Perto de completar um ano distante de Audrey, Jonathan ligou
para dar uma excelente notícia: Passaria o natal com ela e toda família graças
a uma semana de férias antes de iniciar seu ultimo ano de intercâmbio. Audrey
não se coube de tanta alegria e não via a hora de chegar o dia de reencontrar
seu grande amor. Quando Jonathan chegou, a casa estava toda harmoniosa, com
enfeites natalinos e ao ver Audrey à distância, correu até que pudessem se
abraçar: Jonathan e Audrey se abraçaram e se beijaram no reencontro e não
quiseram perder um só minuto para ficarem juntos e aproveitarem o pouco tempo
que teriam antes de Jonathan retornar aos estudos. Muitos planos estavam
fazendo para depois do último ano
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO