17 dezembro 2020

VIDAS NEGRAS

... Depois de ficarem na expectativa por muitos minutos, viu-se as últimas pessoas sendo salvas pelos bombeiros: Estavam de mãos dadas Jardel e a comissária Mari. Eles ficaram no avião para salvar o senhor racista e ateu que após o impacto do avião no solo, sofreu uma pancada violenta na cabeça e ficou desacordado: - Se não fosse a ação rápida de Jardel e da comissária Mari em socorrê-lo entre os escombros que ficaram dentro da aeronave, o senhor racista e ateu teria morrido.- Ambulância! Ambulância! Temos que remover esse senhor imediatamente para o hospital. Ele está perdendo muito sangue. Todos passageiros que estavam no avião, além do susto e do medo, tiveram apenas escoriações leves, exceto aquele senhor racista e ateu que apresentou um quadro clínico muito grave: - Vamos leva-lo imediatamente para o Hospital de Clínicas.  - Emergência! Emergência! A ambulância trazendo o senhor racista e ateu, cujo se soube que seu prenome era Adolpho, chegou rapidamente ao Hospital de Clínicas, que já tinha sido avisado pelos bombeiros da gravidade do paciente: - Levem-no imediatamente para a sala de cirurgia! Assim que deu entrada no Hospital de Clínicas, a família do senhor Adolpho chegou, ao mesmo tempo: - Onde está meu marido! Onde está meu marido!  Uma senhora estava desesperada, era a esposa do racista Adolpho e sabia que o marido tinha tido uma pancada forte na cabeça que ocasionou um coagulo em seu cérebro: - Vamos ter que fazer a cirurgia imediatamente. Façam os preparativos enquanto vamos chamar o Dr. Antonio de Medeiros Lima e Silva. Disse um enfermeiro. Imediatamente o Dr. Antonio de Medeiros se deslocou para a sala de cirurgia. Ao passar pela recepção onde se se encontravam os familiares do racista Adolpho, foi interpelado de forma agressiva pela esposa que chorava copiosamente e tinha os olhos arregalados de tanta raiva e de inconformismo: - É esse negro quem vai operar meu marido? Você é médico? Prove que você é médico. Eu quero um médico! Enquanto a esposa fazia o maior escândalo na porta da sala de cirurgia, outros familiares tentavam de todas as maneiras fazer a transferência do senhor Adolpho para outro hospital: - Não temos tempo para fazer a transferência para outro hospital. Ele tem que ser operado imediatamente, senão vai perder a vida. E deu-se início na cirurgia, complicada por ele ter perdido massa encefálica. Durante a cirurgia comandada pelo Dr. Antonio de Medeiros, houve a necessidade de fazer uma transfusão de sangue. Os outros passageiros acidentados do avião estavam no mesmo hospital para fazer curativos e ficarem em observação, visando tirar qualquer dúvida de um possível agravamento de suas condições clínicas: - Vamos examinar todos e descobrir quem pode doar o sangue para o senhor Adolpho. O sangue de seus familiares não foi compatível. Dentre todos, somente Jardel e a comissária Mari tinham o tipo sanguíneo compatível com o sangue necessário para salvar a vida do racista Adolpho: - Estamos à disposição para doar o sangue necessário para salvar a vida desse senhor. Compreenderam Jardel e Mari. A cirurgia completa durou quase quinze horas. Durante os procedimentos cirúrgicos, Adolpho teve três paradas cardiorrespiratórias. Foi preciso reanimá-lo e “ressuscitá-lo” com ajuda dos aparelhos. Dr. Antonio de Medeiros realizou a cirurgia com competência e experiência de um grande médico. No dia em que teve alta, Adolpho foi visitado por Jardel e a comissária Mari, que lhe desejaram boa saúde e pediram que Deus o abençoasse. Na sala de espera estavam sua esposa e alguns familiares, todos disfarçados com óculos escuros, olhando para os cantos da sala e falando ao telefone celular, enquanto o Dr. Antonio de Medeiros assinava o documento da alta médica, dizendo ao paciente: - Vá com Deus, senhor Adolpho. Que o senhor e sua família possam refletir sobre a vida. Tenha uma vida regada de saúde. Deus te abençoe!

 

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