31 agosto 2014

JESUS E O PODER DO IMPÉRIO ROMANO



Toda a História de Jesus passa-se dentro do Império Romano, na realidade Judaica. Aqui não vamos fazer um estudo sobre Jesus, mas sim sobre o seu legado, sua vivência no Império Romano e a fundação da Igreja Católica. Por isto, muitas vezes vou dissertar sobre um Jesus mais “Histórico”. Lógico que Jesus é o Senhor, meu Deus e Salvador, mas aqui é preciso evidenciar a História, o Homem, a sua ação na Sociedade da época e do seu legado. Não temos certeza da data exata do nascimento de Jesus, mas sabemos que Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, o Grande, que os romanos haviam designado para governar a Judéia.
A Infância de Jesus só é citada no evangelho segundo Mateus 2:13-23, após a fuga para o Egito, a família de Jesus permaneceu nessa região até à morte de Herodes. Nessa altura, deixam o Egito e estabelecem-se em Nazaré, de modo a evitar terem de viver sob a autoridade do filho e sucessor de Herodes, Arquelau.
Muitos evangelhos apócrifos falam da infância e juventude de Jesus, mas estes só servem para uma ilustração cultural, mas não podemos ter a veracidade dos mesmos .
A única referência à adolescência de Jesus nos Evangelhos canônicos ocorre em Lucas 2:41-52. Segundo este evangelista, aos doze anos Jesus foi com os pais de Nazaré a Jerusalém, para a festa de Pessach, a Páscoa judaica, e lá surpreendeu os doutores do Templo pela facilidade com que aprendia a doutrina, e por suas perguntas intrigantes.
Outra informação que temos é que Jesus era filho de um Carpinteiro e que aprendeu dele esta profissão.
O Certo é que Jesus teve uma vida comum no meio do povo, no meio da sua família, sendo filho, jovem, homem e trabalhador até aos 30 anos. Ele foi educado dentro da tradição da sua religião, o Judaísmo, estudou a Torá, e possivelmente falava várias línguas faladas naquele território palestino.
Aos 30 Anos Jesus começou a sua vida pública e assim começou a formar um povo. Inicialmente, era um pequeno grupo mas que foi crescendo nos três anos de sua pregação. Uma pregação que falava do Reino de Deus, numa revolução que começa no interior de cada um, que se aplica no amor ao próximo, derrubando as barreiras da classe social, da raça, sexo e da cor de pele.
Além da pregação, os milagres faziam com que as pessoas ficassem maravilhadas e a notícia das curas espalhava-se por todo o território palestino. As pessoas corriam atrás de Jesus dos milagres, mas encontravam um Jesus da Palavra que alcança a alma e faz uma revolução interior, uma mudança de vida, uma proposta que ia aos desejos de libertação de um povo oprimido pelo Império Romano. Sobre a formação da Igreja, podemos dizer que Jesus já pensava em formar um povo, pois vemos que Ele pregava sobre a comunidade e como Ele formava firmemente os Seus discípulos. Mais que formar um povo, o novo povo de Deus, Jesus fundou a igreja que foi construída sob uma forma de comunidade visível na qual as pessoas eram admitidas através do batismo
A escolha dos Apóstolos em número de doze é certamente feita na simbologia das doze tribos de Israel das quais foi formado o Povo de Israel e agora sob os doze Apóstolos passa a ser formado o novo povo de Deus. Eram 12 Apóstolos, mas Jesus tinha ainda vários discípulos, mas aos doze, Jesus dá orientações próprias: ensinar, batizar, expulsar os espíritos impuros e curar as doenças. Enquanto os discípulos continuavam a ter uma vida própria, moravam em suas casa e tinham seus trabalhos, os Apóstolos deixaram tudo, família, ocupação e passaram a estar com Jesus durante todo o tempo e sendo formados intensivamente.
Dentre os doze Apóstolos existe uma posição de relevo em relação a Simão, pescador, filho de João Barjona. Se lermos o evangelho sabemos que ele é sempre destacado entre os Apóstolos. Jesus dá a Simão um segundo nome Pedro que quer dizer Rocha, Rochedo. A Este Apóstolo é dada uma missão especial: dirigir o pequeno rebanho, isto é, a Igreja, depois da morte de Jesus.
Leia : MT 16 , 13 – 19 (A eleição de Pedro por Jesus é confirmada mais tarde após a Sua morte e ressurreição.)
Leia: Jo 21,15-17 ( Vemos aí um encargo dado a Pedro de pastorear o Rebanho de Cristo. Um Primado, um “ Papado”.)
Voltando a Jesus, falamos sobre a relação entre Ele e os Judeus. Sendo um deles e sabendo da sua lei, Jesus pregava e assumia-se como o Messias anunciado pelos profetas e que o povo de Israel esperava.
Mas se Jesus se apresentou como Messias, pregava a verdade e realizava prodígios e milagre, por que o Povo judeu não o aceitou?
Temos que ver a mentalidade judaica: para os judeus, o Messias seria um líder político, um chefe terreno, que libertaria o povo na luta contra os opressores que os libertaria e formaria o reino de Deus, que restauraria o Reino de Israel. O Messias seria um político, governador que comandaria Israel e que traria o esplendor desta nação sobre as outras.
Jesus anuncia o reino, mas o reino de Deus, o reino dos céus, propunha sim uma revolução, mas a que levaria à conversão.
Para os Romanos, Jesus era visto como uma pessoa que fazia aos poucos uma revolução social que começava a ser pregada aos pequenos, aos pobres, uma classe social subjugada pela elite herodiana. Jesus prepararia uma revolução comunitária da família, dos povoados. Jesus falava da sociedade da época, posicionava-se diante da realidade econômica, falava das relações entre a pessoa e o estado. Os Milagres libertavam o Povo, as Curas traziam soluções para as dores e a multiplicação dos pães falava da necessidade do povo que precisava ser suprida. Aos olhos do Império, Jesus era um Líder que não os preocupava muito, mas que aos poucos começou a dividir a sociedade e a fazer muito barulho.
Para os Romanos, o reino dos céus era visto como uma metáfora para a libertação popular e tal interpretação levou Pilatos a condenar Jesus à morte após um processo tumultuado pela insistência da Elite Sacerdotal de Jerusalém  que apresentava  Jesus como inimigo dos Judeus e  perigoso profeta que  ameaçava o Império Romano.
Quando Pôncio Pilatos questiona Jesus sobre o dito reino e Jesus afirma sobre o Reino dos Céus, mas a referência de reino para um romano é do terreno. 
TRECHO DO LIVRO