É como se
eu estivesse nas profundezas de um mar nunca antes navegável, em meio às
turbulências dos maremotos e dos tsunamis... É assim que me sinto em meio a
tantas mágoas, tantas indiferenças e traições. As águas barrentas perdem a cor
do verde, talvez azul, as ondas se tornam pesadas e machucam com feridas as
minhas costas largas, cravadas com punhais de Toledo, fincados, transpondo a
minha alma e o meu coração. - Nade meu
filho! A voz era da minha mãe e não parecia estar no meu subconsciente,
parecia estar ali, sussurrando em meu ouvido... - Nade meu filho! Nade! Nade na direção do farol, siga a claridade
da luz que você verá mesmo na imensidão e na escuridão das águas barrentas.
O que minha mãe quis me dizer nesta oração foi para eu não desistir, seguir em
frente sem olhar para trás, sem ter medo de nada, pois a luz do farol é o sinal
do meu Deus do impossível, aquele que não me deixa desistir, aquele que seca
minhas lágrimas, cura minhas feridas e me renova as forças! - Nade
meu filho! Nade! A luz do farol conduz cada braçada sua cada impulso seu
neste mar imundo, mas que ao final do oceano, ou no infinito, você vai
encontrar a paz. Se você sofrer, ora a Deus que a luz se fará dentro de ti.
Amém
Antonio Auggusto João