A festa de aniversário dos meus quatorze
anos foi a última que quis comemorar, depois, nunca mais fiz uma festa no dia
do meu aniversário. A comemoração caiu num sábado e o baile foi
nos fundos da minha casa. Tinha mais menino do que menina, mas a festa foi
minha, a vitrola foi minha e todos estavam na minha casa. Então, eu tinha que
dançar e nenhuma menina se atreveu a dizer não. Foi o único baile que não "esquentei a parede", termo
que era usado quando você ficava o baile inteiro encostado na parede, pois
nenhuma menina quis dançar com você. Na vitrola o compacto simples do Dave
McLean cantava a música we said goodbye, riscado
de tanto tocar. Foi a música que mais gostei de tocar para dançar com as
meninas! Minha mãe caprichou no bolo, enfeitou como
se fosse um campo de futebol: - Teve
vela mágica, bexigas, língua de sogra, bolo pullman, batata de casamento, pão
de salsicha, bala de coco, brigadeiros, beijinhos, teta de nega, cabelo de
palhaço, nariz entupido, além de doce de banana em forma de triângulo! Para
beber meu pai comprou baré cola, grapete, cruch e gini! Na hora de cantar o parabéns a você, minha
mãe ficou ao meu lado, enquanto os meninos e meninas não paravam de comer e
beber aquelas guloseimas! - Com
quem será! com quem será! Dessa
parte eu não gostava, nem na hora do:- É
pique! É pique! Todos
me felicitaram desejando feliz aniversário, muita saúde, prosperidade, aquelas
coisas todas. E na hora do primeiro pedaço do bolo, não
esqueci de presentear minha mãe que fazia aniversário no mesmo dia que eu! Teve parabéns para ela e meu pai ainda
brindou com uma taça de vinho sangue de boi! - Parabéns
a você mãe! Em todo dia nove de novembro e sempre!
Antonio Auggusto João
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