MÃE DE RUA
Daquela vez ela não quis nem saber e o fez dormir
fora da casa humilde, de madeiras, forrada com placas de papelão para
aliviar o frio que castigava as noites intermináveis. O vento e os
respingos da chuva que invadia o pequeno cômodo faziam com que o menino,
trêmulo, se afagasse no corpo da mãe mesmo debilitada e drogada, bêbada
igual marido zumbi moribundo, “envenenados” na loucura das drogas e do
álcool. E qual exemplo teria aquele menino que assistia de olhos arregalados
àqueles filmes diários de perdição, melancolia e desespero? Mas o
menino não se cansava de suplicar a Deus para que um dia tudo aquilo
pudesse acabar e quando acabasse não seria também um morador de rua como
sua mãe, como seu pai, e nem estaria envolvido com aquelas drogas
pesadas – sonhava com dias melhores. Ele não queria ser um menino de
rua, e sim, um homem com identidade e digno para viver. Que Deus possa
me ajudar, dizia o menino, pois não queria se perder feito sua mãe e não
queria ser um morto vivo como seu pai. Quando o pequeno menino se
deparou novamente com sua mãe completamente drogada, suja, maltrapilho,
poderia ignorar, chorar, correr... Desprezar, mas sua Mãe de Rua antes
de se perder o ensinou a amar, ensinou que existe amor e que o amor pode
ser pequeno, grande ou infinito. O pequeno menino não tinha forças, não
conseguiria tirar sua mãe das ruas apenas com seu corpo físico, mas
poderia tirar com os olhos que refletem e refletiam o amor através do
coração, e isso ele conseguiu, mesmo que por um instante, até a próxima
abstinência ou recaída, mas para o menino o que mais valia era “apenas”
um instante de amor, para ter a certeza de que o amor existia.
- Ó meu Deus todo poderoso e misericordioso! Eu enxergo o amor nos olhos da minha mãe, mas parece que o amor está preso, acorrentado, prisioneiro deste vício maldito. Mas as lágrimas da minha Mãe de Rua ainda pode ser o remédio da compaixão, da esperança, da perseverança. Enquanto eu tiver forças não vou abandonar a minha mãe e sei que ela está fazendo de tudo para não me abandonar, para não abandonar a si mesma, e é por isso que acredito no amor acima de tudo. Mas, se o amor perder a guerra, na certa eu vou chorar. Minha mãe de rua vai padecer, escafeder-se, mas mesmo assim não vou abandonar o meu Deus todo poderoso, não vou achar que meu Deus me abandonou, pois apesar de menino, eu tenho a consciência de que fiz o melhor e essa lição vou levar para a vida inteira, pois sei que meu Deus me ama e se me deu esse peso, essa sina, é porque fui escolhido como a “pessoa certa”, amém!
- Ó meu Deus todo poderoso e misericordioso! Eu enxergo o amor nos olhos da minha mãe, mas parece que o amor está preso, acorrentado, prisioneiro deste vício maldito. Mas as lágrimas da minha Mãe de Rua ainda pode ser o remédio da compaixão, da esperança, da perseverança. Enquanto eu tiver forças não vou abandonar a minha mãe e sei que ela está fazendo de tudo para não me abandonar, para não abandonar a si mesma, e é por isso que acredito no amor acima de tudo. Mas, se o amor perder a guerra, na certa eu vou chorar. Minha mãe de rua vai padecer, escafeder-se, mas mesmo assim não vou abandonar o meu Deus todo poderoso, não vou achar que meu Deus me abandonou, pois apesar de menino, eu tenho a consciência de que fiz o melhor e essa lição vou levar para a vida inteira, pois sei que meu Deus me ama e se me deu esse peso, essa sina, é porque fui escolhido como a “pessoa certa”, amém!
TRECHO DO LIVRO
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