Antes de terminar de escrever esse
livro, resolvi ler “Cinquenta Tons de Cinza”, para ter uma idéia melhor de como
escrever com conteúdo erótico. O livro
conta a história de Anastásia Steele, uma jovem e ingênua estudante de
literatura que aos 21 anos nunca teve um namorado. Ana, como prefere ser
chamada, é uma mulher bonita, inteligente, mas extremamente desastrada. Ela
mora com a amiga autoritária Katherine Kavanagh – ou simplesmente Kate –, que
estuda jornalismo. Kate consegue marcar um horário para
entrevistar Christian Grey, um bilionário de 28 anos que comanda um negócio
multinacional. Não obstante, ela acaba adoecendo no dia da entrevista e
solicita que Ana a realize em seu lugar. Ana corresponde ao pedido de Kate e
nem imagina os rumos que sua vida iria tomar após aquele dia.
Quando Ana e Christian se conhecem,
logo sentem uma forte atração um pelo outro. Apesar de sua inexperiência, Ana
parece decidida a encarar um relacionamento e se entregar ao amor. Christian,
por sua vez, é um homem com preferências estranhas e isso faz Ana hesitar em um
primeiro momento.
Não demora muito para que eles
embarquem num intenso e sensual caso de amor. Ana ignora completamente os
conselhos de sua amiga Kate e se deixa seduzir pelo homem que, para ela, é
sinônimo de perfeição. Ela descobre mais sobre seus próprios desejos e se choca
ao descobrir também que por trás daquele homem de sucesso existe um passado
misterioso de segredos obscuros.
Eu não avalio esse livro como ruim, mas
ele ficou longe de entrar para a minha lista de favoritos. O que mais me chama
atenção é que essa trilogia alcançou um sucesso estrondoso, principalmente
entre o público feminino.
Talvez a grande jogada da autora tenha
sido criar uma protagonista bonita, com autoestima quase nula e absurdamente
ingênua. A mocinha boba que se apaixona pelo bilionário atraente e é
correspondida (mesmo que de maneira estranha), foi a aposta de E. L. James.
As semelhanças com a saga Crepúsculo
foram visíveis, por conta do “burburinho” acerca dessa trilogia. Nas primeiras
páginas, gostei do desenvolvimento da narrativa e de como a protagonista fora
apresentada. Contudo, no decorrer dos capítulos ficou chato quando Ana revirava
os olhos, dizia os mesmos palavrões, mordia o lábio inferior, discutia com a
sua “deusa interior” e com o seu inconsciente. No início foi interessante,
cômico até. Depois ficou cansativo. Em um determinado momento do livro,
alguns personagens simplesmente desaparecem e toda a trama fica concentrada em
Ana e Christian. A grande parte do livro se resume em sexo, sexo e mais sexo.
As cenas picantes ficaram repetitivas e os diálogos muito superficiais.
Foi um acerto da autora quando o casal
passou a se comunicar por e-mails. A leitura ficou mais leve e fluiu
melhor. Além disso, os mistérios sobre o passado de Christian deram ritmo ao
livro e despertam a curiosidade do leitor. Ponto para E. L. James! Os segredos
que o “Sr. Perfeição” esconde, alavancam o interesse em ler o segundo volume.
O livro pode ser facilmente manuseado,
o tamanho da fonte também contribui para uma boa leitura. A Editora Intrínseca caprichou, não há queixas quanto a
isso. “Cinquenta tons de cinza” é um
livro de conteúdo erótico, portanto, destinado a maiores de 18 anos. Por isso,
não recomendo a leitura a qualquer pessoa, da mesma forma que não recomendo
esse meu livro para menores. Aprendi que escrever sobre erotismo e sensualidade
sem usar palavras chulas, não faz sentido, não completa o que o leitor espera
do outro lado. De qualquer forma, como escritor quero passar por várias
experiências e escrever sobre todos os temas, até achar o meu tema mais forte,
o meu tema ideal. Até lá, vou agradar e desagradar muita gente, vai ser
estranho para alguns e compreensivo para outros, mas na essência vou encontrar
o caminho certo para minhas letras.
Antonio Auggusto João
Nenhum comentário:
Postar um comentário